Pensamentossemlimites

quarta-feira, agosto 30, 2006

Olha o baleiro aí!!


Em mais uma de minhas longas viagens dentro do ônibus para conseguir chegar até à faculdade, me deparei com um vendedor de jujubas, mas não era qualquer vendedor de balas, era uma pessoa especial, pequena, raquítica e que mal sabia construir ao certo as palavras que de sua boca saíam. Uma criança de seus 7 anos no máximo, seguiu ônibus adentro com uma caixa pesada amarrada ao pescoço junto com pano que servia para amenizar a dor que aquele peso causaria durante todo um dia de trabalho!
Ao entrar no coletivo, aquela criança nos deu boa noite e já quase sem voz nos ofereceu as jujubas (que já estavam em suas últimas unidades, afinal já eram mais de 7 da noite) enquanto o motorista implicou com ele e perguntou onde ele saltaria, sua resposta me chamou atenção, com uma feição bastante séria para aquela idade o menino falou: seu motorista eu não tô aqui pra passear não, tô aqui trabalhando! Aquela cena me causou uma dor tão forte que não sei nem como explicar, sei que muitos de vocês devem estar dizendo, "ah mas isso é normal, estamos acostumados a ver isso todos os dias", é, realmente é bastante comum vermos crianças com menos de 10 anos trabalhando pelas ruas de Salvador mas nós temos também a consciência de que o lugar dessas crianças não é nas ruas se arriscando e gastando seu tempo e sua saúde com trabalho, seja ele qual for, pois essas crianças têm que estar nas escolas, em casa brincando, comendo, então não digo que estamos acostumados com essas cenas e sim acomodados com a situação que chegamos, e para melhorar isso e mudar mesmo ninguém faz absolutamente nada, cadê os órgãos responsáveis tirando esses meninos da rua e sentando com suas mães pra conversar? Por que essa exploração infantil pode até resultar em algum pouco dinheiro para as suas famílias, mas as mesmas têm que passar a entender que se eles começarem a priorizar seus estudos os frutos colhidos um pouco mais tarde serão muito mais produtivos, uma vez que eles terão muito mais chances de se tornarem pessoas melhores, com recursos melhores e muito mais diversidade de habilidades e capacidade para atuarem em áreas melhores e muito mais rentáveis. Será que a mudança não pode começar daí, nossas autoridades dando mais importância para esse povo, para esses acontecimentos. Não são as crianças o nosso futuro? Está mais do que na hora de pôr em prática o que só fica no papo dos que podem fazer muito mais do que um simples texto de protesto de uma simples estudante em busca das tão sonhadas mudanças!

Juliana Drummond

domingo, agosto 27, 2006

Pobres Ricos de Moçambique

Voltemos ao assunto dos pobres ricos! Na matéria veiculada pelo Fantástico no último domingo, sobre a periferia de Moçambique, podemos perceber a semelhança que o país tem em relação ao Brasil. Como as pessoas vivem daquela forma, uns com tanto e outros com nada! Me admirou a cena que mostrou uma rua onde uma pista divide dois mundos totalmente distintos: o mundo dos ricos e o dos pobres. Como a própria entrevistada por Regina Casé disse, que os ricos não dormem em paz com medo de o povo da periferia invadir suas casas. É exatamente assim que funciona, e a entrevistada afirmou ainda que eles, os pobres, se sentem muito mais à vontade, muito mais seguros, (é até engraçado escrever isso!) pois não temem nada ali. Mas não deveria ser o contrário? Se os ricos se sentem os donos de tudo? Se acham que com o dinheiro que possuem podem se safar de todos os males que a vida possa vos trazer? Eles não dispõem dos mais modernos equipamentos de segurança? Então para que esse medo de conviver com os menos favorecidos? Por que essa estupidez, para que essa discrepância, onde pessoas tão humildes convivem literalmente ao lado de pessoas com tanto poder, com tantos recursos, e que na verdade são cada vez mais humilhadas e menos tratadas como gente, pois sabem que são temidas, como bichos selvagens que não podem conviver em uma sociedade civilizada!
Por que ao invés desa indiferença não se criam programas para que os pobres deixem de ser tão miseráveis e os ricos possam viver com mais vida e menos medo, ajudando assima formar um novo país, um mundo melhor, onde a desigualdade seja menos absurda e abusiva. Até quando pessoas serão tratadas como Nada? Como seres inexistentes em um lugar que com certeza eles foram os que mais ajudaram a construir o que se vê hoje, por que são eles, os pobres que disponibilizam sua força física para que casas sejam construídas, prédios empresariais, ruas, viadutos, então digo que é essa gente que merece tanto respeito e tantos recursos como todos os outros, e em muitas vezes merecem até mais, pois se sacrificam para dar do bom e do melhor para aqueles que nunca sequer pensaram no bem estar do seu próximo.

Juliana Drummond

sexta-feira, agosto 25, 2006

A Pobreza dos Ricos Brasileirsos

Fantástico!

Em nenhum outro país os ricos demonstraram mais ostentação que no Brasil. Apesar disso, os brasileiros ricos são pobres. São pobres porque compram sofisticados automóveis importados, com todos os exagerados equipamentos da modernidade, mas ficam horas engarrafados, ao lado dos ônibus de subúrbio. E, às vezes, são assaltados, seqüestrados ou mortos nos sinais de trânsito.

Presenteiam belos carros a seus filhos e não voltam a dormir tranqüilos enquanto eles não chegam em casa. Pagam fortunas para construir modernas mansões, desenhadas por arquitetos de renome, e são obrigados a escondê-las atrás de muralhas, como se vivessem nos tempos dos castelos medievais, dependendo de guardas que se revezam em turnos.

Os ricos brasileiros usufruem privadamente tudo o que a riqueza lhes oferece, mas vivem encalacrados na pobreza social. Na sexta-feira, saem de noite para jantar em restaurantes tão caros que os ricos da Europa não conseguiriam freqüentar, mas perdem o apetite diante da pobreza que ali por perto arregala os olhos pedindo um pouco de pão; ou são obrigados a restaurantes fechados, cercados e protegidos por policiais privados.

Quando terminam de comer escondidos, são obrigados a tomar o carro à porta, trazido por um manobrista, sem o prazer de caminhar pela rua, ir a um cinema ou teatro, depois continuar até um bar para conversar sobre o que viram. Mesmo assim, não é raro que o pobre rico seja assaltado antes de terminar o jantar, ou depois, na estrada a caminho de casa. Felizmente isso nem sempre acontece, mas, certamente, a viagem é um susto durante todo o caminho.

E, às vezes, o sobressalto continua, mesmo dentro de casa. Os ricos brasileiros são pobres de tanto medo. Por mais riquezas que acumulem no presente, são pobres na falta de segurança para usufruir o patrimônio no futuro. E vivem no susto permanente diante das incertezas em que os filhos crescerão.

Os ricos brasileiros continuam pobres de tanto gastar dinheiro apenas para corrigir os desacertos criados pela desigualdade que suas riquezas provocam: em insegurança e ineficiência.

No lugar de usufruir tudo aquilo com que gastam, uma parte considerável do dinheiro nada adquire, serve apenas para evitar perdas. Por causa da pobreza ao redor, os brasileiros ricos vivem um paradoxo: para ficarem mais ricos têm de perder dinheiro, gastando cada vez mais apenas para se proteger da realidade hostil e ineficiente.

Quando viajam ao exterior, os ricos sabem que no hotel onde se hospedarão serão vistos como assassinos de crianças na Candelária, destruidores da Floresta Amazônica, usurpadores da maior concentração de renda do planeta, portadores de malária, de dengue e de verminoses.

São ricos empobrecidos pela vergonha que sentem ao serem vistos pelos olhos estrangeiros.

Na verdade, a maior pobreza dos ricos brasileiros está na incapacidade de verem a riqueza que há nos pobres. Foi esta pobreza de visão que impediu os ricos brasileiros de perceberem, cem anos atrás, a riqueza que havia nos braços dos escravos libertos se lhes fosse dado direito de trabalhar a imensa quantidade de terra ociosa de que o país dispunha.

Se tivesse percebido essa riqueza e libertado a terra junto com os escravos, os ricos brasileiros teriam abolido a pobreza que os acompanha ao longo de mais de um século. Se os latifúndios tivessem sido colocados à disposição dos braços dos ex-escravos, a riqueza criada teria chegado aos ricos de hoje, que viveriam em cidades sem o peso da imigração descontrolada e com uma população sem miséria.

A pobreza de visão dos ricos impediu também de verem a riqueza que há na cabeça de um povo educado. Ao longo de toda a nossa história, os nossos ricos abandonaram a educação do povo, desviaram os recursos para criar a riqueza que seria só deles, e ficaram pobres: contratam trabalhadores com baixa produtividade, investem em modernos equipamentos e não encontram quem os saiba manejar, vivem rodeados de compatriotas que não sabem ler o mundo ao redor, não sabem mudar o mundo, não sabem construir um novo país que beneficie a todos. Muito mais ricos seriam os ricos se vivessem em uma sociedade onde todos fossem educados.

Para poderem usar os seus caros automóveis, os ricos construíram viadutos com dinheiro de colocar água e esgoto nas cidades, achando que, ao comprar água mineral, se protegiam das doenças dos pobres.

Esqueceram-se de que precisam desses pobres e não podem contar com eles todos os dias e com toda saúde, porque eles (os pobres) vivem sem água e sem esgoto. Montam modernos hospitais, mas têm dificuldades em evitar infecções porque os pobres trazem de casa os germes que os contaminam.

Com a pobreza de achar que poderiam ficar ricos sozinhos, construíram um país doente e vivem no meio da doença. Há um grave quadro de pobreza entre os ricos brasileiros. E esta pobreza é tão grave que a maior parte deles não percebe.

Por isso a pobreza de espírito tem sido o maior inspirador das decisões governamentais das pobres ricas elites brasileiras. Se percebessem a riqueza potencial que há nos braços e nos cérebros dos pobres, os ricos brasileiros poderiam reorientar o modelo de desenvolvimento em direção aos interesses de nossas massas populares. Liberariam a terra para os trabalhadores rurais, realizariam um programa de construção de casas e implantação de redes de água e esgoto, contratariam centenas de milhares de professores e colocariam o povo para produzir para o próprio povo.

Esta seria uma decisão que enriqueceria o Brasil inteiro! Os pobres que sairiam da pobreza e os ricos que sairiam da vergonha, da insegurança e da insensatez. Mas isso é esperar demais. Os ricos são tão pobres que não percebem a triste pobreza em que usufruem suas malditas riquezas".

Cristovam Buarque, Professor da Universidade Nacional de Brasília

terça-feira, agosto 22, 2006

Onde estão nossas crianças?

Há alguns anos atrás as crianças brasileiras se divertiam ouvindo estórias de Monteiro Lobato, brincando com seus Legos da vida, Barbies, carrinhos, enfim viviam a infância da forma que toda criança deveria viver, eu por exemplo adorava brincar de fazer comidinha com plantas amassadas. Hoje a diversão das crianças é ficar na internet até altas horas da noite, é passear no shopping obrigando o papai e a mamãe a comprarem o mundo para elas, aquele mundo que passa nas propagandas, aquelas sandálias plataforma ou até mesmo de salto, para crianças de 4 anos no mínimo! Isso é infância? Comecei a usar sandália alta depois dos 14 e ainda foi cedo pois infelizmente isso tudo começou quando eu era adolescente.
O que me impressionou esses dias e que me fez escrever algo a respeito foi o conteúdo desse site www.canalkids.com.br que ensina crianças a dirigir filmes criar desenhos animados e a ser cidadão! Dentre outras coisinhas que as crianças de antigamente nem sonhavam em saber ou ter acesso, algumas pessoas podem até achar interessante, inteligente, mas será que as crianças precisam mesmo aprender ou saber certas coisas? Coisas que nem mesmo adultos sonham em saber fazer? E será que não é por essas e outras que as crianças estão cada vez menos infantis e mais avançadas, pulando etapas de suas vidas que teriam que ser vividas, até para que se tornem no futuro pessoas melhores e mais maduras?

Juliana Drummond

domingo, agosto 13, 2006

Em quem confiar?

Há quem recorremos quando estamos em apuros? Quando somos vítimas de assalto, agressão, ou algo do tipo? Aos nossos heróicos policiais não é mesmo? Pois bem, semana passada o Brasil todo assistiu a uma matéria na maior emissora de televisão do país, que mostrava como os policiais agiram ao revistar um carro após um assalto. Um dos policiais roubou o som do carro que havia sido assaltado por outros ladrões, colocou o som debaixo de sua prancheta e o guardou em seu carro, ao chegarem os donos do automóvel roubado (que se sentiram completamente seguros na presença das autoridades) o ladrão presente nada fez ao se deparar com o desespero das vítimas. A matéria se repetiu mais uma vez no final da semana com algumas críticas a mais. Aí vem a questão: quem já não está ciente de que na grande maioria das vezes o perigo está muito mais presente nesse tipo de profissional que nos ladrões comuns que estamos acostumamos a ver e lidar? Quem não está cansado de saber que os maiores chefes de quadrilha são ou já foram autoridade alguma vez na vida? E que os policiais se confundem cada vez mais com os ladrões? A TV mostrou como se o ocorrido fosse um absurdo, como se os policiais fossem as pessoas mais confiáveis do mundo, com que intuito? O de nos fazer acreditar que eles realmente são heróis e que aquele caso foi uma excessão na regra? Como sempre a mídia tenta fechar nossos olhos para a realidade, fecha quem quer!
E o que falar do sequestro dos dois funcionários da Rede Globo, que aconteceu nesse fim de semana, o qual teve aquela repercussão e ainda por cima resultou na aceitação da chantagem feita pelos bandidos, de divulgar o conteúdo de um Dvd que exigia inúmeros benefícios para os presidiários... Será que a Rede Globo apelou desse jeito por solidariedade a seus empregados? Ou será que um sequestro envolvendo um repórter e um assistente técnico da maior emissora de televisão brasileira traria algum prejuízo para sua imagem e reputação $$$ ?

Juliana Drummond

domingo, agosto 06, 2006

Crianças exploradas

Em que espécie de mundo estamos? Um mundo onde os próprios pais colocam suas filhas numa vida sem rumo, em um beco sem saída, em uma realidade que ninguém deveria desfrutar: o mundo da prostituição, onde crianças (por que meninas com apenas 10 anos de idade ainda são crianças) são exploradas sexualmente por seus pais e por pessoas desconhecidas.
A Bahia está com um alto índice de crianças que sofrem desse tipo de exploração, e por incrível que pareça, em sua grande maioria é a família quem as coloca nesse mundo obscuro, em que a grande maioria precisa se drogar para conseguir fazer "o trabalho direito", mas que absurdo chamar isso de "trabalho", mas é assim que elas pensam, que estão trabalhando para ajudar a sustentar a família. Por que temos que assistir a tudo isso de olhos fechados? Por que só posso dizer que fechamos os olhos para esse tipo de coisa, uma vez que as autoridades, não tomam providência alguma em relação ao problema e deixam as coisas chegarem ao ponto que chegam, e as pessoas que presenciam as cenas de ver essas menores nas ruas sequer tem a coragem de fazer uma denúncia para tentar ajudar em uma melhor solução. Queria entender a razão para que ninguém coloque policiais nas ruas e tirem essas meninas das estradas, dos bares, das boates em que são obrigadas a fazer programa por menos de R$10, por quê ao invés de ganhar essa miséria a Prefeitura não disponibiliza de cursos preparatórios, empregos, qualquer atividade que lhes seja digna, para que não precisem passar por tantos tipos de humilhação que costumam passar todos os dias?
É lamentável a forma como esse problemão vem sendo conduzido, pois é muito pior do que possamos imaginar, a prostituição traz não só danos físicos (uma vez que essas meninas costumam apanham dos pais e dos parceiros) como morais e psicológicos, danos esses que podem se tornar irreparáveis durante o resto de suas vidas.

Juliana Drummond

sexta-feira, agosto 04, 2006

Voto de cabresto?

Estamos em ano de eleição, eleição que mexe com a cabeça e o bolso de muita gente, ainda mais depois de tantos escândalos (sejam eles com ou sem fundamento) e isso faz com que algumas pessoas percam um pouco a noção das coisas e o respeito pelo próximo e acabem assim invadindo a privacidade de outros que sequer deram algum dia espaço para tal.

Fato real que ocorre diariamente com milhões de brasileiros é o voto de cabresto, onde os ignorantes são comprados por tão pouco, a exemplo de uma simples camisa de malha “chula”, em troca do precioso voto que jamais deveria ser sequer negociado diante de tamanha importância do mesmo para o futuro e a melhora de uma sociedade e de um país. Que queiram comprar votos de pessoas sem instrução, que passam necessidade (sem saber que os culpados são os próprios candidatos que as compram e que só aparecem na época das eleições com o fútil interesse em seus votos), tudo bem, podemos engolir, pois no fundo essas pobres pessoas não têm a culpa total desse irreparável erro, mas querer comprar o voto de uma pessoa instruída e tão consciente de seus ideais, aí realmente tenho que dar um certo destaque por que não faz parte da minha linha de pensamento pactuar com tal comportamento. Assédio político é crime mas acho que nem todos sabem disso até por que muitas pessoas levam isso na brincadeira e na tolerância, pessoas essas que com toda certeza não lutam por seus ideais e não querem ver justiça no lugar em que vivem, não eu, eu não vou passar a mão na cabeça de quem tenta me persuadir a mudar de visão política, a mudar meu voto que desde que me conheço por gente sou acostumada a apoiar, digo NÃO a toda essa gente que se intromete onde não é chamada e que é capaz de perder uma grande amizade ou até mesmo o afeto de um familiar por interesses próprios na eleição de certos candidatos que a mim não fazem bem algum e muito menos à grande população necessitada da Grande Salvador.

Deixo aqui meu recado para que não precise passar por constrangimento parecido, para que as pessoas que se encaixarem no perfil do “negociante” reflitam no mal que fazem à sociedade e a si mesmos pois podem estar perdendo importantes aliados, não nas horas do voto, mas em qualquer outra hora em que não aparece ninguém para ouvir seus lamentos, e falo ainda para aqueles que não tomam a atitude que tomei por falta de coragem: GRITEM o que sentem para o mundo inteiro ouvir, quem sabem vocês podem começar a fazer um mundo diferente?


Juliana Drummond